Corrida Sagrada

Hoje foi um dia atípico, moro em Salvador a 18 anos e pela primeira vez fui a Lavagem do Bonfim. O propósito não era ir ao cortejo, muito menos curtir o lado profano da festa mas sim começar o calendário de corrida 2014 no trajeto do cortejo da Lavagem. Momento perfeito de agradecer, pedir boas vibrações para 2014 ao lado de excelentes companhias.

Primeira prova do ano, primeira vez na Corrida Sagrada que é promovida pela Federação Baiana de Atletismo, certamente teve um gostinho especial, pretendo não deixá-la de fazer.

Embora fosse uma prova longe de onde moro, dia útil e no Centro Histórico da cidade que é um lado da cidade que não conheço quase nada, não desisti de fazê-la.

Vencido o principal obstáculo de conseguir folga nesse dia, ficamos de olho pro início das inscrições pois já sabia que é uma prova que esgota as vagas rapidamente. Só não imaginava que fosse tão rápido, as inscrições na FBA encerraram em 4hs, graças ao Senhor do Bonfim conseguimos nos inscrever pelo site e contei com ajuda de Mariana e Ivan que gentilmente pegaram meu kit.

48hs antes já tinha definido como faria pra chegar ao local da prova e mesmo sem conhecer muito a região, contei com a cordial ajuda de António e Marcela corredores da turma dos Amigos do Russo que me guiaram até a largada, obrigada atletas. Como cheguei cedo, aproveite pra fazer a velha social e encontrar a turma conhecida. Fiquei feliz por encontrar com algumas pessoas e receber o carinho com o blog.

A Largada aconteceu para os 800 atletas inscritos na prova as 7:40 (dez minutos de atraso) na Igreja da Conceição da Praia, passando pelo Mercado Modelo, Rua Miguel Calmon, Praça Conde dos Arcos, Praça Deodoro, Av. Frederico Pontes, Largo da Calçada, Av. Fernandes Vieira, Rua José Martins Tourinho, Largo dos Mares, Av. Fernandes da Cunha, Praça Irmã Dulce, Av. Dendezeiros, chegando ao topo da Ladeira do Bonfim.

Não tinha meta pra essa prova, não estava preocupada com o tempo, eu queria curtir o percurso que era totalmente novo e foi assim que fiz.

Fui sentindo a energia positiva das pessoas que estavam assistindo o trajeto dos corredores, e de pessoas que estavam andando sentido contrário a prova. Ouvia tanta motivação e isso aqui em Salvador não é comum que o cansaço era superado. Nos momentos mais críticos, mentalizava que Nadja Barros uma amiga que a corrida me presenteou, estava do meu lado me motivando, me pedindo pra avançar, pra ultrapassar tal pessoa.

Por volta do 5,8km pensei em andar, quando diminui o ritmo recebi a motivação de uma corredora da Família Botelho que não conheço, falando que estava acabando e seguimos juntas por uns 300 metros. A energia foi retomando e comecei a ultrapassar algumas pessoas e logo avistei a ladeira do Bonfim, estava exausta. Na subida da ladeira aparecem Claudia Paim, Ygor, Lucas, Marcelo, Mariana e Ivan praticamente fazendo um paredão me arrastando pra não desistir. Faltavam pernas, mas com tanta gente ao meu redor segui.

Subindo a ladeira - Foto By Edson Magoolin

Quase no topo da ladeira tinha a motivação final de Edson Magoolin do Olho no Atleta pra me fotografar, me embolei com alguns corredores e nem sei se ele conseguiu me clicar, quando cheguei agradeci ao Senhor do Bonfim por mais uma prova completada. Era o momento de encontrar os amigos, pedir proteção para um novo ano que começou e sobretudo agradecer.

Tomei até o tradicional banho de cheiro pra espantar tudo que é ruim.

Agora eu entendo o porquê dessa prova acabar as inscrições tão rapidamente. É uma prova com uma energia linda, com passagens em lugares com um valor histórico muito grande.

Os pontos negativos da prova foram:

Um ponto de hidratação só depois do 4km e outro na chegada foram muito pouco, pelo sol que fez essa prova. Acho que no mínimo valia um ponto de hidratação a cada 2,5km.

Água quente tanto no percurso, quanto na chegada, ninguém merece.

A bizarrice máster foram a medalha e troféu serem de outra prova. Pra não ficar tão feio, colocaram “Lembrança da Corrida Sagrada”.

Foi nítida o desleixo da organização com a prova.

Após a premiação, fizemos o percurso de volta ao Mercado Modelo e dessa vez as ruas já estavam tomadas de fieis e devotos do Senhor do Bonfim. Fiquei impressionada com a quantidade de bloquinhos com muita música durante o cortejo. Tinha gente protestando, rodas de capoeira, as tradicionais baianas e os principais políticos da cidade que acompanharam o cortejo.

No Elevador Lacerda - Foto by Edson Magoolin

É nítido que é uma lavagem que reune a diversidade cultural e religiosa. Foi realmente uma experiência especial e que espero repetir. Depois das baianas lavarem as escadarias da Igreja a lavagem termina? Claro que não, a programação é vasta com o lado “profano” com festa no Museu do Ritmo, na Vitoria Mariana, Cais Dourado, etc.

A parte profana eu pulei...a atleta já estava morta com farofa depois de percorrer aproximadamente 7km correndo e depois os mesmo 7km andando e desviando de todo o cortejo.

Sem dúvida foi um dia bem especial!


Fotos com a turma querida!

Com Ivan, Mariana, Claudinha e Joelma.

Com Prof. Alan da minha Assessoria Esportiva Triplaforma e mais uma aluna do grupo que estava estreando nas corridas de rua.

Com o Fotógrafo preferido Edson Magoolin - Olho no Atleta. Alguém percebeu o novo visual do rapaz?

Com a turma psicoteam da Assessoria Esportiva Rafael Peralva. Os amigos quenianos! Foto by Ivan Hostil

Com a minha equipe da Assessoria Esportiva TriplaForma

Foto by Edson Magoolin na parte alta da cidade, próximo ao Elevador Lacerda!

As fotos tiradas por Edson Magoolin - Olho no Atleta já estão disponíveis para compra AQUI. Imperdível!